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26 de junho de 2010

Moradores de Barreiros tentam recomeçar a vida após a enchente


 FONTE: Redação da TV Globo
Uma semana após a chuva que provocou destruição, muitas famílias do município de Barreiros, um dos mais atingidos pelas enchentes, tentam reconstruir a vida. Por lá, a ajuda não chegou para todos os desabrigados e desalojados. E as pessoas tentam sobreviver como podem.

No lixão de Barreiros, as cenas são dramáticas. Famílias, mulheres e crianças procuram entre os entulhos algo que possa servir para tocar a vida. Um colchão coberto de lama foi o suficiente para uma dessas desabrigadas.

Os moradores vagam pelas ruas à procura de água, comida e até mesmo um lugar para ficar. No meio das muitas vítimas, dona Zeza, com 95 anos, encontra dificuldades até para andar. Ela conta que ficou sem casa e sem roupa. O pouco que tinha, a chuva levou. "Estou dormindo no chão puro, comer não tem de qualidade nenhuma. A gente vem comendo bolacha e pão, as coisinhas do lixo que a chuva levou", diz.

A comida é disputada por todos. O grupo de voluntários que veio do Recife com dois carros cheios de alimentos, precisou botar ordem na fila para distribuir os donativos. No galpão da escola agrícola, toneladas de cestas básicas e garrafões de água mineral saem a todo instante para os postos de distribuição, mas muita gente ainda tem fome. “Distribuíram para 30 pessoas, e não me deram nenhum”, contou a dona de casa, Severina Ramos.

A voluntária pede calma e explica que a comida vai chegar. “Estávamos separando os produtos e preparando as cestas. A partir de agora, a distribuição vai continuar”, explicou a voluntária Janeide Gaspar.

A área da barragem e de Tibiri foi a parte de Barreiros mais atingida pela enchente. O rio Una, que passa atrás transbordou, atravessou o local com uma força impressionante, saiu arrastando tudo o que estava pela frente. Casas, comércio, pontes, a destruição completa.

Muitas famílias procuraram abrigo na igreja da cidade. Foi daqui que partiu a notícia de que uma chuva castigaria Barreiros exatamente uma semana atrás O padre José Gusmão tocou os sinos. Era o primeiro aviso. Foram vários alertas seguidos. Sem resposta, o padre da cidade decidiu, ele mesmo, tentar convencer as famílias a deixar as casas.

Agora, entre lama e entulhos, os moradores tentam reconstruir a vida. Vai demorar para que Barreiros retome a rotina, mas todos aqui têm a esperança de que logo, tudo será como antes.

“O governo de Pernambuco montou uma operação de guerras. São 150 pessoas da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e da Polícia Civil. A dificuldade é grande, porque se perdeu cinco pontes e não temos acesso à zona rural”, contou o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Fernando Bezerra Coelho. (FOTOS)


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