Pages

29 de novembro de 2011

História Amupe lança nesta terça o Anuário dos Municípios Pernambucanos 2011

Obra reúne inúmeros dados e informações sobre todos os 184 municípios do Estado

http://jconline.ne10.uol.com.br

Ciro Carlos Rocha

Um importante banco de dados sobre todos os 184 municípios do Estado integra o Anuário dos Municípios Pernambucanos 2011, publicação que a Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) lança nesta terça-feira (29).
Com 605 páginas, a edição reúne dados de diversas áreas – história, geografia, educação, saúde, população, cultura, finanças, política, economia, legislação e comunicação – de cada uma das cidades, além de inúmeras curiosidades, informações sobre a história da municipalização – origem e evolução dos municípios no País –, as passagens pelas Constituições, o panorama do Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco, por região, dados sobre o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), indicadores econômicos e sociais.
Há também a relação de todos os prefeitos e de todos os vereadores, com as respectivas votações nas últimas eleições (2008), e o deputado federal e estadual mais votado em cada um dos municípios.
Tudo isso sem falar de fatos pitorescos e de relevância cultural e histórica das cidades, uma coluna de “personalidade em destaque” – que divulga filhos ilustres que se tornaram conhecidos além das fronteiras e os símbolos (brasão, bandeira e hino) de cada município.
Trata-se, na verdade, de um grande mapa sobre a municipalidade em Pernambuco, não esquecendo também de elencar um histórico sobre os governadores pernambucanos do período republicano – do “provisório” José Cerqueira de Aguiar Lima, em 1889, ao atual, Eduardo Campos – e a galeria dos nossos atuais parlamentares – senadores, deputados federais e estaduais –, com dados sobre partido, votação e contatos do gabinete.
A publicação, apresentada pelo presidente da Amupe e prefeito de Lajedo (Agreste), Antônio João Dourado, com a palavra também do governador Eduardo Campos (PSB), levou 18 meses para ser produzida, conforme assinala o coordenador do trabalho, advogado Saulo de Tarso Duarte.
“O Anuário representa uma obra de caráter registral por se tratar de um verdadeiro inventário sobre os municípios pernambucanos, já que contempla a totalidade destes. Temos aqui um registro de informações valiosas e que doravante, com a periodicidade anual, se tornará peça dos anais dos municípios pernambucanos sem sombra de dúvidas”, diz Saulo de Tarso Duarte, que trabalhou com uma equipe de pesquisa e organização de temas integrada por Edezel Brito Nogueira, Edelson Galdino da Silva e Maria da Penha Gama Diniz.
Para sua publicação, a Amupe teve o apoio do governo do Estado. Editado pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), o Anuário dos Municípios Pernambucanos 2011 tem uma tiragem inicial de 2.000 exemplares e terá distribuição gratuita dirigida às prefeituras, câmaras municipais e Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e a órgãos federais e estaduais em Pernambuco e em Brasília.
O lançamento, para convidados, acontece no restaurante Spettus do Derby, a partir das 12h30 da próxima terça. O governador Eduardo Campos deverá participar.
CURIOSIDADES
Não importa em que área o município se destaque, sua fama está registrada no Anuário da Amupe. Os títulos, concedidos oficialmente por lei estadual ou honorários, ganham lugar de destaque na página de abertura de cada cidade. Há desde os tradicionais, como o de “capital do vaqueiro nordestino”, concedido a Serrita (Sertão), até títulos mais divertidos – como “o caçula da Região Metropolitana do Recife”, outorgado a Araçoiaba, emancipada em 1995 e hoje com 18.144 habitantes.
No quesito personalidades locais, há espaço para políticos, artistas, padres, modelos e até cangaceiros. O leitor fica sabendo, por exemplo, que o “avô pernambucano” do cantor e compositor carioca Chico Buarque, cantado na música “Paratodos”, é natural de Rio Formoso, na Mata Sul.

28 de novembro de 2011

Ministro britânico conhece Suape e aposta em investimentos ingleses em PE

POSTADO ÀS 17:01 EM 28 DE Novembro DE 2011
Foto: Priscila Buhr/JC Imagem
Por Daniel Guedes

Empresários britânicos querem aproveitar o bom momento da economia brasileira para investir no Nordeste do Brasil, em especial no Estado de Pernambuco. Em 2010, Reino Unido e Pernambuco negociaram cerca de 2,5 bilhões de libras, o equivalente a R$ 7 bilhões. Só este ano esse valor já aumentou 13% e a expectativa é dobrá-lo nos próximos quatro anos.

Para facilitar as negociações, nesta segunda-feira (28), o governo britânico está abrindo no Recife um consulado, que ficará sob a responsabilidade do diplomata Gareth Moore.

O ministro adjunto de Relações Exeteriores britânico, Jeremy Browne, conheceu o Complexo de Suape com uma comitiva de nove empresários do Nordeste da Inglaterra que pretendem fazer negócios com o Nordeste brasileiro. Hoje já há 40 empresas britânicas que fornecem para a Petroquímica Suape.

O representante do governo inglês entende que o momento atual é oportuno para investir no Brasil e que é preciso mostrar aos investidores que o País não se resume às cidades do Rio de Janeiro e São paulo. Browne defende, no entanto, que é preciso reduzir as barreiras comerciais para facilitar os negócios entre as duas nações.

Confira a entrevista que Browne concedeu após assistir a uma apresentação sobre o Complexo de Suape e a Petroquímica Suape:

Que impressão o senhor teve de Suape após essa apresentação?
JEREMY BROWNE -
É muito entusiasmante ver esse desenvolvimento situado no Nordeste do Brasil. As pessoas pensam em São Paulo e Rio como grandes centros motores do desenvolvimento no Brasil. Mas acredito que mais e mais pessoas estão prestando atenção para o Nordeste. Tive a oportunidade de, nesta manhã, sobrevoar Suape de helicóptero e ver com meus próprios olhos o ritmo de desenvolvimento. O que acho mais admirável é que o crescimento é impressionante, mas constante depois de quatro, cinco anos. E a projeção para os próximos cinco anos é notável. Essa é uma grande oportunidade para o Nordeste do Brasil.

Que tipo de negócios vocês esperam que sejam feitos entre Reino Unido e Pernambuco?
BROWNE -
Esta é uma parte não só do Brasil, mas de todo o mundo, onde a economia está crescendo muito rápido e nós queremos que a Bretanha faça parte dessa história de sucesso e que esteja fortemente envolvida nas oportunidades de negócios nessa parte do Brasil. Por isso vim aqui especialmente inaugurar este novo consulado. Temos grandes escritórios em Brasília, Rio, São Paulo, uma pequena presença em Porto Alegre. Queremos ter um escritório aqui no Nordeste e Recife garante que os negócios britânicos tenham oportunidades. Estive com empresários ingleses no Brasil essa semana. Eles representam diferentes setores de nossa economia. Haverá grandes oportunidades em variados setores. Não ficaremos concentrados em uma só área.

O que muda na relação de Pernambuco com o Reino Unido com a abertura deste consulado no Recife?
BROWNE -
Acredito que as relações vão crescer. Alguns dos empresários que estão aqui hoje são do Nordeste da Inglaterra e estão muito entusiasmados em fazer um link com o Nordeste do Brasil. Eu espero que o os empresários britânicos olhem para os números em crescimento do Brasil, para a história de sucesso acontecendo no Nordeste do Brasil, e que não peguem logo um voo para Rio ou para São Paulo que, claro, são cidades muito importantes, mas que eles vejam as oportunidades mais perto da Inglaterra, mais perto da Europa, que existem no Nordeste do Brasil. O Porto é um grande ímã para toda sorte de investimentos e não apenas dos grandes produtos industrializados. Acredito que haverá um grande crescimento nos produtos de consumo, na indústria de serviços, turismo que já é algo comum nesta parte do Brasil. Então, vejo um grande potencial para vários setores.

O ministério tem algum levantamento de quanto é o investimento direto do Reino Unido aqui no Nordeste ou, mais especificamente, em Pernambuco?
BROWNE -
Está havendo um substancial aumento nos investimentos entre Brasil e Reino Unido. Nossa ambição é dobrar esse investimento nos próximos quatro ou cinco anos. Estamos, certamente, no caminho para atingir esse objetivo, apesar dos números de crescimento da economia na Europa serem aquém do esperado. O momento é de aumentar os negócios entre Brasil e Reino Unido. Acredito que continuará a crescer. No futuro, a economia brasileira gerará mais riqueza, de uma maneira geral, tendo um lugar maior na economia global. Eu diria na Inglaterra "olhe para a América Latina. Olhe para o Brasil. Olhe as oportunidades". Mas é claro que o Brasil é um País grande, são quase 200 milhões de pessoas, tem mais da metade da economia da América do Sul. As pessoas não devem olhar as oportunidades apenas no sul do País. Há também boas oportunidades aqui no Nordeste.

Já existe um movimento atual das empresas do Reino Unido virem aqui para o Brasil em função da situação econômica em que hoje se encontra a Europa?
BROWNE -
A decisão final cabe às prórprias empresas fazer. Eles decidem como vão investir, como vão gastar. O governo britânico não vai dizer às empresas que invistam no Brasil. O que dizemos é "saibam das oportunidades que existem no Brasil" e quando as empresas vierem aqui para saber mais das oportunidades, vamos ajudá-las, explicar como o sistema de governo local funciona, como os negócios aqui funcionam, ajudá-las a entender a língua. Era importante primeiro estar fisicamente presente aqui no Nordeste. Agora, se empresários britânicos vierem aqui, podemos conduzí-los. A economia europeia, como um percentual da economia global, está ecolhendo. Conitnuará a crescer, mas de forma mais lenta do que em outras partes do mundo. Os negócios em economias altamente desenvolvidas como na Grã-Bretanha, Alemanaha, França e outras economias europeias estão olhando para outros lugares no mundo como Ásia, não só a China, mas Coréia do Sul ou Vietnã. Queremos garantir que as pessoas vejam as grandes oportunidades que estão surgindo na América Latina, na América do Sul. E o Brasil é o grande mercado dominante. Mas acho que há muitos empresários ingleses que nunca estiveram envolvidos com o Brasil antes ou que pensavam que, para fazer negócios no País, era preciso ir a São Paulo ou ao Rio de Janeiro. Claro que eles são importantes, grandes mercados. Mas é preciso dizer para olharem as oportunidades no Nordeste.

Existe alguma área específica de negócios que já aconteça aqui no Estado que interesse ao Reino Unido?
BROWNE -
Há alguns setores em que a Grã-Bretanha é muito forte na economia global. Por exemplo, somos fortes em indústria de alta tecnologia. Tivemos o Grande Prêmio de Fórmula 1 nesse fim de semana. Carros são fabricados em todo o mundo, mas os carros de Fórmula 1 são feitos no Reino Unido. Temos habilidade em áreas como engenharia de ponta, aerodinâmica... Temos força nas áreas de serviço, financeira, legal, contabilidade... Temos peso em áreas de lazer, gerência de eventos, varejo... Com a prosperidade econômica, o mercado consumidor do Brasil está crescendo, assim como as oportunidades para os empresários britânicos. Não temos uma lista de investidores. Se empresas britâncias com novas ideias que os governos inglês e brasileiro não tiveram, é ótimo. Há muitas empresas no Reino Unido. Não apenas as grandes, de nome. Muitos aqui têm pequenos negócios em diferentes áreas e eles podem encontrar aqui um nicho econômico compatível.

O senhor apontou vários pontos que mostram que é bom para o investidor britânico investir no Brasil. O senhor também seria capaz de identificar dificuldades que precisam ser sanadas pelo governo brasileiro para facilitar essa relação comercial?
BROWNE -
Acredito que o governo brasileiro está fazendo muito. Não cabe a mim dizer como o governo brasileiro deve governar o Brasil. Fiquei muito impressionado com a apresentação (feita aqui). Esse catálogo (que me deram durante a apresentação) é impressionante. Nunca havia estado aqui no Nordeste. É impressionante como esta parte do Brasil tem uma boa energia. As pessoas são otimistas quanto ao futuro. Elas querem falar ao mundo desta região, são muito orgulhosas do Nordeste. Minha esperança - e eu diria para o Brasil e para todos os países do mundo -, é que o governo britânico acredita verdadeiramente que comércio livre, mercados abertos, evitando barreiras comerciais, são muito importantes para desenvolver a prosperidade econômica global. Torço para que qualquer barreira comercial desapareça ou seja atenuada porque acredito que isso amplia a prosperidade entre duas economias, como Brasil e Inglaterra.